Os robôs são uma invenção do século XX. Mas sua idealização veio
bem antes. Há relatos históricos bem mais antigos da construção de autômatos -
como um cachorro mecânico de brinquedo, por exemplo, encontrado no Egito e
datado de 2.000 AC. Mesmo na Ilíada, Homero descreve as assistentes do deus dos
ferreiros, Hephaestus, como "virgens de ouro, vivendo como mulheres, com
inteligência, voz, a energia de uma serva, habilidades de imortais e montadas
em tripés com rodas que lhes permitiam movimentar... uma maravilha para os
olhos".
O grande catalisador do desenvolvimento de
autômatos foi a Revolução Industrial. Com ela, foram desenvolvidos e
aperfeiçoados dispositivos automáticos capazes de manipular e executar peças,
permitindo a automatização da produção. Produzir em escala trouxe destaque à
manipulação de objetos e acelerou o desenvolvimento de manipuladores - os que
mais ganharam investimentos foram as estruturas que eram montadas com segmentos
e junções, colocados de forma linear, que lhe davam uma aparência de braços e
pernas.
Apesar da força da Revolução Industrial, a
palavra Robot foi primeiramente utilizada na ficção. Ela apareceu em 1920, na
peça "R.U.R - Rossum Universal Robot", do dramaturgo tcheco, Kapel
Kapec. O termo originou-se da palavra tcheca "Robota", que significa
trabalho árduo, duro, e é sinônimo de trabalho escravo. Na peça, o cientista
Rossum cria humanos mecanizados, os Robot, que exerciam funções repetitivas e
pesadas.
Primeiro robô
Neste mesmo período, em 1924, surgiu o
primeiro modelo de robô mecânico. Roy J. Wensley, engenheiro elétrico da
Westinghouse, desenvolveu uma unidade de controle supervisionada. O dispositivo
podia, utilizando o sistema de telefonia, ligar e desligar ou regular
remotamente qualquer coisa que estivesse conectado a ele. Três anos depois, ele
criou o Televox, um pequeno robô com aspecto humano que conseguia executar
movimentos básicos, de acordo com os comandos de seu operador. Os robôs
ganharam ainda mais popularidade com o 'nascimento' de Willie Vocalite, em
1930. Willie tinha o formato daqueles robôs que vemos nos filmes de ficção
antigos. Tinha 2 metros de altura e era feito de aço e da mesma forma que o
Televox podia ligar, desligar e regular dispositivos conectados a ele. A grande
diferença estava no fato de fazer tudo isto sob comandos de voz - fumava,
sentava, ficava de pé, movia os braços e conversava com as pessoas reproduzindo
frases gravadas em discos de 78 rotações. Foi a grande sensação da exposição
Mundial de Chicago em 1933.
Texto disponível em: http://tecnologia.uol.com.br/ultnot/2007/10/01/ult4213u150.jhtm